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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Os perigos do jejum prolongado

Algumas pessoas que precisam ficar em jejum para emagrecer. Sempre digo que precisamos emagrecer comendo, claro, fazendo as escolhas certas!


Estudos com animais mostraram que o jejum prolongado alternado com alimentação excessiva pode alterar o funcionamento da insulina, o hormônio que facilita a entrada e o metabolismo de glicose nas células, favorecendo o surgimento do diabetes. O alerta resulta de um estudo feito pela nutricionista Fernanda Cerqueira em seu doutorado no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), sob orientação de Alicia Kowaltowski.

Ela realizou o esstudo com 100 ratos a diferentes regimes de restrição dietética durante nove meses, o equivalente a quase 20 anos de vida de uma pessoa.

Os ratos forma divididos em quatro grupos:
1) o controle, que podia comer à vontade;
2) o de restrição calórica, que recebia 60% da dieta padrão e uma complementação de vitaminas e sais minerais;
3) o de restrição completa, que recebia uma dieta 60% menor, sem suplementação vitamínica;
4) o de dieta intermitente, alimentado dia sim, dia não.

As maiores surpresas apareceram nos animais do grupo submetido à dieta intermitente. Depois de um dia de jejum estavam esfomeados e, de uma só vez, comiam o dobro que os ratos controle. Também perderam peso, mas apenas de massa muscular, mantendo a mesma quantidade de gordura visceral que os do grupo controle. Do mesmo modo, os animais sob jejum absorviam a glicose, mas a aproveitavam menos. A provável explicação é o acúmulo de radicais livres, compostos químicos bastante reativos que se apresentaram em quantidade maior que nos animais do grupo controle. Os animais que passaram pelo jejum a cada dois dias tinham oito vezes mais peróxido de hidrogênio, um composto altamente reativo. O peróxido é uma molécula derivada de radicais superóxidos, que participam da formação do peroxinitrito, que adere a uma molécula chamada receptor de insulina. Por sua vez, o receptor aciona outras moléculas e faz com que a glicose entre nas células.

Os resultados obtidos com animais de laboratório não podem ser simplesmente transpostos para a realidade humana. A primeira razão é que os animais do grupo controle podem não ser os padrões ideais para balizar os resultados. Em 2010, na PNAS, pesquisadores dos Estados Unidos mostraram que os ratos de biotério, por comerem o quanto e quando quiserem e serem sedentários, são resistentes à insulina, têm predisposição à inflamação e pesam 20% mais que o animal silvestre.

Porém, para Francisco Laurindo, pesquisador do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP, “Os animais de laboratório usados como controle em muitas pesquisas biomédicas correspondem ao normal sedentário, não ao normal ativo”. Mesmo assim, o organismo humano segue uma lógica similar à dos roedores, o que sugere que os fenômenos observados e seus efeitos devem ser similares.

Fonte: revistapesquisa.fapesp.br
           CERQUEIRA, F.M. et al. Long-term intermittent feeding, but not caloric restriction, leads to redox
            imbalance, insulin receptor nitration, and glucose intolerance. Free Radical Biology and Medicine.


Meus comentáarios


Apesar da necessidade de mais pesquisas, esta em especial, mostra algo que observo na prática. É muito comum os pacientes, reduzirem o peso durante a semana, por seguirem uma dieta restrita, e chegar no final de semana, comer tudo o que não comeram na semana, e aí, ganham até mais peso do que foi perdido na semana.

Com este resultado negativo durante o tratamento, muitos culpam seu próprio metabolismo, alegando que é lento, quando na verdade seja o caso de adequar o aporte calórico diário. Sempre peço aos meus pacientes que tentem manter o mesmo valor calórico ingerido na semana, mesmo que, abusem de alguma guloseimas no fim de semana, mas assim, existe uma média calórica, evitando "picos" de ingetsão calórica.


Grande beijo a todos!!!
Viviane

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