Vejam que interessante esta matéria publicada na Folha de SP - 30/07/2009.
Lendo a matéria fica muito claro a importância do acompanhamento nutricional personalizado! Individualizando o tratamento é possível levar em consideração hábitos alimentares, de vida e rotina de cada um, consequentemente...só esperar o sucesso do tratamento!
JULLIANE SILVEIRADA REPORTAGEM LOCAL Pode soar como a desculpa mais esfarrapada de quem não consegue emagrecer: "Não como muito e engordo!". No entanto, os lamentos daqueles que ganham peso independentemente da ingestão de calorias podem ser reforçados por explicações científicas - e conhecê-las também ajuda a obter bons resultados em um programa de perda de peso.Há alguns anos, pesquisadores de todo o mundo buscam entender os motivos que têm levado a população a ganhar mais peso. "A epidemia de obesidade vem de 30 anos para cá. Pensa-se que as pessoas comem mais e estão mais sedentárias, mas há outras coisas que ajudam a explicar esse fato", diz Alfredo Halpern, chefe do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas de São Paulo.Não que a fórmula consagrada para emagrecer (ingerir menos calorias do que se gasta) não deva ser levada em conta, assim como a genética, fator predisponente por excelência. Porém, há situações e agentes externos que modificam o metabolismo e favorecem o acúmulo de gordura, estimulam o apetite ou dificultam a queima das células gordurosas."É preciso saber que a gente não controla absolutamente nosso peso. Existem mecanismos, alguns ainda desconhecidos, que também exercem controle. Não é só "fechar a boca", é preciso identificar outras causas que podem estar interferindo no aumento do peso", afirma Maria Tereza Zanella, endocrinologista da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).A estudante de nutrição Paula Bokor, 28, sabe bem que parar de comer pode não ser suficiente para emagrecer. Desde que sua irmã mais nova morreu, há um ano, ela acumulou 11 quilos extras. O problema também atingiu seu irmão, que ganhou 20 quilos no período."Sempre controlei meu peso com alimentação e exercícios. Nesse ano, porém, não me pesava, não dava importância. Só recentemente eu me dei conta de que tinha engordado muito e de que isso poderia estar relacionado ao trauma", diz.Mesmo controlando a alimentação e usando remédio para perda de peso com orientação médica, Paula ainda não conseguiu emagrecer. "Ao menos estacionei nos 11 quilos. Mas minha endocrinologista me aconselhou a fazer acompanhamento psicológico", diz.O estresse, causado por questões emocionais ou por pressão no trabalho, por exemplo, tem sido considerado um dos principais fatores predisponentes ao acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal.Situações estressantes propiciam o aumento na secreção de cortisol, hormônio que estimula o apetite e aumenta a proliferação e o acúmulo das células de gordura. Para Halpern, do HC, o estresse crônico pode contribuir para elevar medidas mesmo que a pessoa não consuma calorias em exagero."Outro mecanismo descoberto mais recentemente é o aumento da secreção do neuropeptídio Y, substância que eleva a sensação de fome e favorece a deposição de gordura no abdômen", acrescenta Walmir Coutinho, professor de endocrinologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro.Para que o programa de redução de peso seja eficaz, em muitos casos são indicadas terapias complementares para diminuir os níveis de estresse, como acupuntura, ioga e meditação. "Todos os mecanismos de relaxamento e liberação de endorfina ajudam e, aqui, entram também os exercícios, não só por causa da queima calórica mas pela sensação de bem-estar", afirma Zanella.Sono ruimDurante os últimos dois anos, a coordenadora de enfermagem Aline Maia, 29, trabalhava à noite, em esquema de plantão. Há dois meses, foi promovida no hospital e agora atua em horário comercial.As mudanças nos padrões de sono e o aumento da responsabilidade com o novo cargo dificultam um descanso de qualidade durante a noite. O resultado foram cinco quilos a mais adquiridos no último bimestre, ainda que a alimentação seja equilibrada no dia a dia."Fui proibida de trabalhar mais de oito horas por dia e fico estressada porque tenho de dar conta de todo o trabalho nesse período. Tenho vários estímulos que não me deixam relaxar à noite e durmo mal, fico planejando o que vou fazer no dia seguinte, demoro para pegar no sono e tenho medo de não acordar na hora: programo três celulares para tocar às 5h30."A secreção de alguns hormônios está relacionada ao sono e, quando há privação desse descanso, podem ocorrer mudanças que contribuem para o acúmulo de gordura corporal.Por exemplo, há redução de leptina -hormônio relacionado à sensação de saciedade e que também facilita o gasto de energia pelo organismo. Quando se dorme menos também ocorre o aumento na secreção de grelina, o hormônio responsável por estimular o apetite."Vemos ganho de peso em quem não tem um ritmo normal de sono, como quem trabalha em esquema de plantão", diz Márcio Mancini, presidente da Abeso (Associação Brasileira para Estudos da Obesidade e da Síndrome Metabólica).Quem sofre de apneia também apresenta mais chances de acumular gordura, especialmente na região abdominal. A doença pode causar falta de oxigênio no cérebro, o que funciona como um agente estressor, estimulando a liberação de cortisol e todos os efeitos do estresse no ganho de peso. "Magros com apneia têm mais peso do que os que não têm a doença -e acumulam gordura no tronco mais do que os outros", diz Zanella, da Sbem.RemédiosAlguns antidepressivos e antipsicóticos podem estimular o apetite ou a compulsão por açúcar em alguns pacientes e levar ao aumento de peso. Outras hipóteses são a redução do metabolismo e o aumento na reprodução de células adiposas com o uso dessas drogas.O ideal é observar se há ganho de peso que coincide com o início do uso do remédio e comentar com o médico. Em alguns casos, é possível trocar a droga por outra menos danosa ou tratar o efeito colateral."Recomenda-se desde o controle da alimentação até o uso de remédios, sempre com orientação médica. Infelizmente, os pacientes só buscam um especialista após terem engordado muito", diz Coutinho.Os corticoides, drogas de ação anti-inflamatória, têm na lista de seus efeitos colaterais o favorecimento do acúmulo de gordura. Quando ingeridos, provocam no organismo efeitos semelhantes aos do cortisol.A estudante de direito Daniela Gomez, 20, precisou tratar uma doença autoimune no sistema nervoso com esse tipo de remédio. De dezembro do ano passado até o início de julho, havia adquirido 20 quilos -recuperou os nove que perdeu durante uma internação anterior e ganhou mais 11."Fui avisada de que os remédios alteravam o metabolismo, mas não achei que seria tanto. Sempre estive um pouquinho acima do peso ideal e conseguia controlar com a alimentação."No início, sentiu o apetite aumentar muito -um dos conhecidos efeitos do cortisol- e comia o dia inteiro. Depois, tentou se controlar, mas não conseguia perder peso.No último dia 10, encerrou o tratamento com o corticoide e, desde então, perdeu três quilos.Outras causasA baixa ingestão de cálcio também tem sido relacionada ao maior acúmulo de gordura corporal. Alguns estudos sugerem que esse mineral é importante no processo de quebra de gordura e que, na sua falta, há acúmulo de tecido gorduroso.No entanto, não adianta tomar suplementos de cálcio com a intenção de emagrecer. As pesquisas mostram que o cálcio da dieta (presente em leites e derivados, por exemplo) é mais importante nas reações químicas que envolvem a queima de gordura. O indicado é atingir a recomendação de 1.000 mg diários do nutriente.Maria Tereza Zanella pondera que as associações encontradas podem ocorrer por uma intolerância à lactose mais frequente em obesos (daí a falta de cálcio no organismo). Dados preliminares de um estudo da Unifesp com 45 pacientes mostram que obesos mórbidos são mais intolerantes à lactose.Outra questão que pode contribuir para o ganho de peso é passar a maior parte do dia dentro do escritório. O problema está nas chamadas "zonas termoneutras", áreas com temperatura estável o ano todo à custa de ar condicionado. Elas não permitem que as pessoas sintam frio durante o inverno, situação que acelera o metabolismo. "E no verão, quando as pessoas tendem a comer menos por causa do calor, quem fica no ar condicionado acaba consumindo a mesma quantidade de comida", analisa Alfredo Halpern, do Hospital das Clínicas de SP.
Olá!
ResponderExcluirEstou aqui para fazer-lhe uma proposta, que eu considero interessante.Também sou TOP 100 e estou concorrendo na categoria “VARIEDADES” e estou na campanha “UM VOTO POR UM VOTO”.O legal disso tudo é essa interação,eu conheço seu blog e vc, o meu.Já votei no seu e sei que também que receberei seu voto.
Estou te seguindo e se quiseres me seguir, ficarei honrada.Venha apanhar um brinde, com assinatura de um design.Sua presença é muito importante para nós.
Obrigada
http//amigadamoda.blogspot.com
Olá! Obrigada pelo voto, também ja votei no seu!
ResponderExcluirAcho muto interessante esta interação entre os blogs...fica a vontade para sugerir temas de nutrição de seu interesse!
Beijos
Viviane
Olá! Muito interessante e informativa essa reportagem, seu blog é muito bacana.
ResponderExcluirAbraço,
Marcos.
Olá Marcos! Muito obrigada por acompanhar o blog!
ResponderExcluirGrande abraço
Viviane